SIMPLES ASSIM (orgânico) II

Voltei com a questão do orgânico. Deve ser paixão mesmo. Poucas são as pessoas que devem ter esse verdadeiro apego às minhocas.
Depois de 3 meses desde a minha ultima postagem sobre o lixo orgânico, quero mostrar o produto desse esforço (não meu, mas das queridas tratores da terra).

Seguem algumas fotos em que vemos o húmus, que é o esterco das minhocas e como é a sua textura quando maduro. Vale lembrar que o húmus de minhoca é muito rico em minerais para o solo, além de conter uma textura que ajuda na formação de um solo bem fofinho e agradável para as plantas. Coletei uma grande quantidade de húmus e doei para uma amiga que estava montando seu jardim. Ele pode ser armazenado por alguns dias em sacos, mas lembre-se de deixá-lo aberto para que as minhocas que por acaso estiverem nele, possam respirar. O ideal é peneirar e retirá-las de volta para o composto!

Húmus coletado

Ao fundo, o vaso onde ficam as minhocas


Textura


Temos essa pequena criação de minhocas para a reciclagem do lixo orgânico de casa, num vaso grande na varanda do apartamento. Vale à pena tentar e produzir o seu próprio adubo.

Acho que podemos dizer que os pássaros estão para as árvores, assim como as minhocas estão para o solo.

Boa jardinagem e bons frutos!




SIMPLES ASSIM (vidro)


O vidro é um material que é pouco nocivo diretamente ao meio ambiente, por isso é um dos materiais mais recicláveis que existe no consumo humano. Ele sempre fez parte da indústria de alimentos, mesmo com a ascensão do plástico a algumas décadas atrás. Ainda há quem não abra mão da água mineral engarrafada, dos sucos integrais e das compotas mais antigas.

Cervejas, bebidas quentes, potes, de doce e molhos... todo esse material pode ser reutilizado e reciclado, dependendo da cor e da origem.

A reciclagem de vidro implica um gasto de energia consideravelmente menor do que a sua manufatura através de areia, calcário e carbonato de sódio. Por isso em casa, temos separado os diferentes tipos de vidros: lâmpadas, garrafas marrons/âmbar, garrafas verde, garrafas azul e garrafas e copos transparentes, pois os catadores os vendem com preços diferenciados para as indústrias de reciclagem, mesmo todos sendo recicláveis.

A dica que deixo é: ao terminar o uso, retire o rótulo, lave as garrafas com água e tampe-as. Separe por cor em caixas de papelão para que a entrega ao catador ou cooperativa de catadores seja facilitada. Algumas garrafas de vinho e azeites são muito bonitas e podem virar charmosas garrafas de âgua na geladeira, candelabros ou vasos.

Se você tiver algum amigo fazendo reforma ou construindo sua casa de forma bioconstruída, vai adorar receber garrafas coloridas para um mosaico na parede. Isso permite a entrada de luz e fica muito bonito.

parede com garrafas coloridas projetada por Hundertwasser nos anos 50


Lembremos: Lixo é tudo aquilo que não tem um destino correto.



SIMPLES ASSIM (metal)


Latas, latinhas e latões. O metal alumínio é um dos materias mais utilizados na indústria da alimentação. A boa notícia que temos é que o Brasil é o campeão mundial em reciclagem do alumínio, pois 90% desse material dentro do nosso país tem seu destino certo para a reutilização. (Poderíamos divulgar isso mais do que futebol).
Em casa, como sempre digo, podemos evitar o consumo de coisas enlatadas, até porque geralmente são alimentos cheios de conservantes e nada vivos. Mas se consumir, a dica que deixo aqui é lavar todo o material antes de armazená-los para a reciclagem. Antes disso, veja se eles não tem mesmo nenhuma função em casa, pois latas de leite, por exemplo, têm grandes utilidades domésticas como porta trecos e outras cositas mais.
Latinhas de cerveja ou de outros alimentos, devem ser lavadas e postas para secar para não acumular água onde quer que elas estejam à espera de serem levadas aos pontos de coleta. Assim, facilitamos mais uma vez o trabalho dos catadores.
Se você ainda não descobriu onde existem pontos de coleta seletiva em sua cidade, procure também saber se existe alguma associação de catadores perto de você. Assim, o lucro da reciclagem fica com a comunidade e não para as grandes redes de supermercado, que têm oferecido pontos de coleta.

Podemos sempre fazer a escolha de pra onde vão os recursos financeiros do qual tivemos participação. Legal sempre preferir os pequenos empreendimentos.

Pensando e agindo, podemos mudar muitas coisas.


SIMPLES ASSIM (papel)

A nossa produção de papel na cidade é uma coisa impressionante, principalmente quem tem escritório em casa. Por mais que economizemos, imprimamos dos dois lados da página e reduzimos ao máximo o seu uso... o papel faz parte da nossa sociedade atual o seu valor. Então que tal ver umas dicas agora de como separar os diferentes tipo de papel em sua casa, para a reciclagem?

Existem vários tipos de papel: o tetrapak (que é um material misto, ou seja, tem papel e outras coisas mais. Ex. caixas de leite), embalagens cartonadas (as mais durinhas como por ex. a caixa de aveia em flocos, caixa de chocolate), o papelão (caixas de eletrodomésticos, etc), os de correspondências (geralmente muito coloridas), o jornal e o velho bom papel de escritório. Até mesmo o rolinho do papel higiênico quando ele termina, é reciclável. :)



O ideal para as caixinhas de tetrapak é cortar a parte de cima, lavar e deixar secar para depois guardá-las como na foto, prontinhas para você doar para quem faz artesanato ou para os catadores, pois é um material que vale um bom dinheiro. Fazendo isso, você deixa de jogar no lixão esse rico material e ainda permite o material ficar limpo em sua casa (sem criar bichinhos que são atraídos pelo cheiro de leite), até que você faça a doação. Existem muitas pessoas trabalhando com esse material e no artesanato, tenho visto lindas carteiras sendo feitas por diversos artistas. As minhas preferidas são essas feitas pelas amigas Fernanda e Isa Montenegro:


Para as caixas de papelão, tenho guardado-as em casa organizadas dobradas uma dentro das outras. É um material super útil que uma hora ou outra você vai precisar, seja para a mudança de algum amigo, seja para fazer compras ou para carrregar algum material mais pesado. Mas se não for usar mesmo, vale à pena entregar aos catadores.

Jornais e papéis de escritório podem ser doados para alguma Associação de Catadores, basta procurar alguma perto de onde você mora. Com certeza você vai achar e esse material será muito bem vindo e bem aproveitado na reciclagem de papel, que tem crescido cada vez mais em nosso país. Claro que esse material também é muito bem aproveitado em casa. Eu tenho guardado jornais para a limpeza de vidros e para colocar na compostagem e o papel de escritório tento aproveitar fazendo bloquinhos para rabiscar (aquelas horas ao telefone ou numa reunião, ou mesmo no banheiro... onde geralmente temos grandes idéias!). Escreva-as! E lembre-se: tudo isso é fácil e divertido, principalmente se você tiver crianças em casa. Uma ótima oportunidade de vivenciar com elas no dia-a-dia de sermos vigilantes com o nosso consumo e qual o destino que damos ao resíduos que inevitavelmente produzimos.

São pequenas ações, mas com grandes impactos da cidade. Tenho tentado sempre melhorar essa seleção do lixo e tenho me divertido, me sentido com a consciência iluminada. Pense coletivamente! E vou dizer para vocês: não mudou em nada a minha rotina. Continuo com vontade diária de comer palmito e usar carteiras de tetrapak da Iluminarte.

SIMPLES ASSIM (orgânico)




Morar na cidade tem seus contratempos ambientais. Pra mim, sempre foi um desafio produzir menos lixo, consumir menos produtos industrializados (o que já diminui também o lixo) e ter uma vida saudável com alimentação e práticas corporais. Hoje esse desafio está sendo colocado em prática e temos conseguido ter pequenas atitudes diárias que diminuem nosso impacto ambiental na cidade. Andar de bike, ir pro trabalho à pé e dar preferência para o consumo de produtos orgânicos, ecológicos e de procedência familiar são atitudes que ajudam. Mas e o lixo? Ele se tornou um mito: reciclagem, reaproveitamento, coleta seletiva... são muitas as definições e no entanto, muitas pessoas ainda não sabem o que fazer com elas na prática. Vou dar aqui um relato do que tenho feito para que ele possa ajudá-los e ser uma dica pra quem tem o desejo de organizar a sua produção de resíduos.


- Lixo Orgânico: é tudo o que for de origem orgânica como cascas, sementes, pó de café, saquinhos de chá, cascas de ovos, farelo de pão, bagaço de frutas e até mesmo guardanapos (esse tipo de papel se decompõe facilmente e também vira adubo de ótima qualidade). Vá separando esses materiais num baldinho à vista, em cima da pia, ou um balde maior se for necessário (mas sempre com tampa!) porque se ele fica longe de sua vista não facilita o processo e ele cai no esquecimento. Lembre-se de dar o destino à ele o mais rápido possível, se não ele cria larvas e fica com mal cheiro... acaba ganhando uma fama de "sujeira" sem ser. O destino final pode ser o jardim, se você tiver um, ou pra quem mora em apartamento, enterrá-lo na área verde do condomínio (que é o meu caso).

Algumas pessoas já tem composteiras domésticas mesmo em apartamento, o que já é super avançado e a melhor alternativa. Mas o fato de separar o lixo orgânico do seco já ajuda muito o papel dos catadores nesse processo, além de não contribuir com a poluição dos lixões (o chorume junto com os outros materiais acaba descendo para o lençol freático, além de deixar a área do lixão num fedor desnecessário). Lixo orgânico é riqueza e não lixo, as plantas do seu jardim vão te mostrar isso!



O BROCOLIS DO CASAMENTO

Uma planta realmente especial. Depois de sua folhagem de tom tão verde que quase azul, o brócolis se finaliza com uma "cabeça" comestível que, ao olhar para ele na horta, eu não penso em outra coisa se não comê-lo ali mesmo... já me peguei diversas vezes comendo-os em plena flor no campo, fresco e tenro. Irrestivelmente verde e crocante.
Aprendi essa receita simples não sei onde exatamente. Acho que é daquele tipo de coisa que a gente aprende por osmose pela vida, num ir e vir de cheiros, texturas e verdadeiro tesão pelo mundo (saboroso) vegetal.

em italiano: broccoli
em francês: brocoli

Ele é assim mesmo, universalmente conhecido e apreciado. Tão poderoso e saudável que não deveria ser vendido somente nas quitandas, mas sim na rede pública de saúde. Esses simpáticos vegetais de cores verde escuras (assim como a couve, o couve-de-bruxelas, etc) previnem com méritos o envelhecimento precoce de nossas células, são ricos em vitaminas do Complexo B, cálcio e magnésio.
O brócolis é tão presente na minha vida, que uma vez em conversa com a amiga Andréia de Souza, ela descreveu a cena de nosso casamento: "eu entrando na cerimônia com um pé de alface na mão e você Fê, com uma cabeça de brócolis!". Imaginem portanto, a importância dessa criatura verde.

RECEITA

Ingredientes:
- cabeças de brócolis orgânicos (pode ser cabeças ou ramas, uma outra espécie de brócolis)
- dentes de alho amassados
- azeite de oliva extra-virgem
- gergelim branco
- molho shoyu
- grãos de endro (pra quem gosta)

Lave as cabeças ou ramas de brócolis, corte separando as pequenas "árvores" inteiras e deixe escorrer. Refogue o alho no azeite e jogue as cabeças de brócolis, sempre deixando em fogo baixo. Jogue algumas gotas de shoyu quando parecer que tudo pode estar grudando, para ir umidificando e ele cozinhar um pouco com o vapor. Quando ao provar, ele ainda estiver tenro mas macio, é o ponto de fechar o fogo. Jogue pitadas de gergelim branco e endro à gosto e sirva. Ele fica muito bem acompanhado de um bom arroz integral ou como alternativa de petisco vegetariano para uma cervejinha gelada.

Que feliz seja esse casamento!

A FRUTA FRESCA DO ENCONTRO

Fazer uma trilha e andar por entre uma diversidade de árvores é algo muito especial, todos nós amantes do verde e do silêncio ensurdecedor da floresta sabemos. Mas daí, catar uma manga caída no chão, vendo passar rápido de um galho para outro um sete-cores, debaixo de uma mangueira imperiosa ao lado de uma nascente? Foi demais. Eu nunca havia imaginado tamanho presente: estava diante de um olho d'agua puro e cristalino, catava as mangas frescas no chão e estava ao lado de pessoas super legais (uma delas abre um espaço especial a cada dia). Nem o Papai Noel teria imaginado isso se eu tivesse escrito uma cartinha pra ele em algum natal ano qualquer. Nem eu sabia que se um dia isso acontecesse, seria sentindo assim com tamanha gratidão. Essa palavra é a que melhor expressa o meu sentimento naquele lapso de minutos: gratidão _ que pra minha felicidade duram até agora como uma doce lembrança (com fibras nos dentes). Caminhei de volta, folhas secas no chão, piso em alguns espinhos que estão aqui até agora e mesmo assim minha alegria pela vida não consegue fazer a digestão.

Comer mangas faz bem à sua alma.


MOLHO PARA SALADA VERDE (inventado em um sábado de inspiração)
1 manga madura
azeite extra virgem
suco de meio limão
gergelim
mostarda de Dijon
sal a gosto

Modo de preparo: corte a manga em cubos pequenos, acrescente azeite, o suco de limão, uma porção de mostarda de Dijon à gosto, uma pitada de sal. Misture bem em um recipiente pequeno e finalize com gergelim (pode usar tanto o preto quanto o branco, como preferir).
Esse molho vai muito bem para dar cor e sabor para salada crua de alfaces, rabanete, chicória, rúcula, agrião e acelga.